domingo, 24 de julho de 2011

O ponto onde parei

Minha última corrida no Aterro tinha sido a adidas de outono, no dia 13 de março. Estava treinando legal e cravei 25min20 nos 5km com o Pedro, terminando num incrível décimo lugar na minha categoria (a corridinha que foi tema do post de estreia aqui do blogue). Aí vcs já sabem... veio a bactéria, a pneumonia, os dois meses de cama...


Voltei ao Aterro essa manhã sempre com Pedro, meu queniano de olhos azuis, para correr os 10k da adidas de inverno. Já como preparação para a Maratona de Amsterdam, logo mais em outubro. Queria saber a quantas andava meu gás depois de tanto tempo com alvéolos colados e antibiótico no sangue. Pedro ia largar para fazer abaixo de 50min. Eu estabeleci a humilde meta de correr entre 55min e 1h.

Uma das coisas que o remo me ensinou foi a ter ritmo. Emplaquei um 5min35 por quilômetro no Garmin e assim fui até cruzar o pórtico. Missão cumprida em 56min e uns quebrados.

Aí foi só completar os 5km extras que o Zimbra colocou na planilha e encerrei a manhã de sábado com mais 15km na conta. E a confiança de volta.

PS: Pedro, o queniano, correu em 47min.



Travessia do Araguaia 2011

Só para registrar minha segunda participação na Travessia do Araguaia, aquela que é a prova de canoagem mais antiga do Brasil e da qual sou fã incondicional, vcs sabem.



Rolou no final de semana do dia 9 de julho. O primeiro trecho teve 20km (Ponte Itacaiu/Acampamento) e o segundo foi de 12km aproximadamente (Acampamento/Aruanã). Esse ano terminei em quarto lugar nas duplas mistas - Moncla e eu ficamos a quatro minutos do pódio, o que não achei tão ruim, considerando o nível dos "adversários" e o meu estado pós-pneumoníaco. Assim como em 2010, foi uma experiência ímpar ali nas Barrancas do Araguaia, sob uma lua "tipo exportação", como costuma dizer papai.

Costumo dizer que o jornalismo me levou aonde o talento esportivo jamais me levaria: dois Jogos Olímpicos e outras tantas competições escrevendo sobre conquistas (e decepções) de atletas brasileiros. Vivi meu sonho olímpico com a caneta na mão.

E foi justamente pela matéria que escrevi em 2010 para a revista do LANCE! (aquela que vcs estão ca-re-cas de ler no post anterior sobre o Araguaia aqui no blogue) que Cafu, o organizador da prova, fez questão de me homenagear. Não sou lá uma canoísta que se preza, mas sei contar as histórias direitinho. Palavras generosas dele, aquela foi a matéria mais importante dos 28 anos da competição. Foi tão emocionante reencontra-lo depois de um ano na sexta à noite quando chegamos em Aruanã, com aquele abraço caloroso, quanto receber das mãos da Diana o troféu em agradecimento pela reportagem. Sem falar do discurso inflamado ao microfone, pouco antes da largada, também lembrando o valor do texto que fiz depois da prova do ano passado. Acreditem: até uma camisa com minha foto remando em 2010 fizeram. Nunca vou esquecer.


Muito obrigada, Cafu. Até 2012.

Remar: Travessia do Araguaia. Saiba mais aqui, incluindo os resultados desse ano.


sábado, 23 de julho de 2011

Na cozinha

Eu sou daquelas que chama a panela de pressão de Vossa Senhoria. E apelo pro "Disk Mamãe" pra saber a  receita de qualquer coisa que não seja ovo mexido.

Tudo bem, exagerei. O Pedro não tem muito do que reclamar. Especialmente nos últimos tempos, já que ando arriscando pratos "complexos" na cozinha.

Hoje foi um dia desses que resolvi pilotar o fogão. O cardápio, em si, nem é tãããão interessante: um rosbife (minha especialidade! receita da Mami, claro) com brócolis, cebola, vagem francesinha e batata. Mas fui eu que fiz! Abrimos um Norton Malbec Reserva 2005 (belíssima surpresa) e brindamos, na varanda, ao inverno carioca.

Como vamos correr os 10km do Circuito das Estações adidas amanhã (minha primeira depois da tal pneumonia), acabei de preparar outro carro chefe da "maravilhosa cozinha de Manoela": macarrãozinho (mas tem que ser "zinho": de letrinhas, padre nosso ou qualquer outro de criança) com requeijão e tomates. Não posso passar mais detalhes dessa receita milenar, desculpem.

Todo esse nariz de cera aí em cima foi pra contar sobre um programaço que fiz há cerca de um mês com Mamãe e Irmã. Convidei as duas pruma noite de "conversa fiada e caçarolas" comandada pela minha xará, a chef Manu Zappa. Há muito estava para experimentar o Prosa na Cozinha, como é chamado o encontro gastronômico que a Manu organiza semanalmente em sua cozinha acochegante no Alto Leblon. É uma aula com degustação para, no máximo, dez pessoas.

Quando recebi a newsletter anunciando que o próximo Prosa era de Tapas, reservei pra nós três. O cardápio era um barato: caprese no palito, salsichinhas com mel e gergelim, pulpo à galega, panelinha de cogumelos, guacamole com tartar de atum em massa folhada e bruschetta de Gruyere com parma.




Foi divertidíssimo e saborosíssimo. O público me chamou a atenção: jovens recém casadas em suas primeiras incursões culinárias. Levamos nossa garafa de vinho (Manu não cobra rolha) e fomos preparando as iguarias. Mamãe, que sempre foi CDF na vida, anotou tudo. Sorte de vcs, assim posso compartilhar as receitas aqui, ó.

Comer: Prosa na Cozinha - semanalmente aulas e degustação com a chef Manu Zappa (21 9777-2585 / 11 8408-4423). R$ 100 por pessoa. Cardápio da semana no site: www.prosanacozinha.com.br.

Correr: Circuito das Estações adidas/Inverno. Largada no Monumento dos Pracinhas praquele percurso básico de 10km indo e voltando até a praia da Botafogo. Mas o Zimbrão mandou eu correr 15km...


sábado, 16 de julho de 2011

Enfim, as Cagarras!

Quantas e quantas vezes sentei na areia do Posto 9 e ficava imaginando como seria a vida naquelas ilhotas ali na frente: o Arquipélago das Cagarras.


Depois de 33 anos de praia, enfim, tirei o caiaque da garagem para percorrer aqueles minguados e mágicos 5km de Oceano Atlântico. Sim, são só 5km. Menos de uma hora de remo. Pq demorei tanto tempo para encarar, sinceramente não sei.

Saímos cedo pq, como em qualquer rolé de canoagem, a logística é sempre aquela coisa... Pega caiaque, remo, colete, cerveja, monta carro, desmonta carro, carrega barco... Uma hora pra organizar a partida demos, Adriano e eu, as primeiras remadas em direção às ilhas. Eram 9h. O mar estava um parque de diversões para quem curte esportes a remo: tinha gente de canoa havaiana, SUP, caiaques... sem onda nem vento, perfeito.


Poucas vezes na vida tive vontade de gritar de alegria ao experimentar algo. E hoje foi uma dessas ocasiões. Assim que os coqueiros da ilha tomaram forma, no instante em que o cardume de peixe espada começou a pular à nossa volta, tão logo as gaivotas começaram o ziguezague no céu azul. Que maravilha poder estar ali com minha própria energia, minhas remadas.

Costumo dizer que todo carioca, um dia, tem que ver o Rio de Janeiro amanhecendo de dentro da Lagoa Rodrigo de Freitas. É de tirar o fôlego o céu vermelho com a cidade em silêncio acordando em volta.

Agora acrescento: todo carioca precisa, um dia, ver as montanhas do Rio a partir das Cagarras.







Tenho ou não razão? Saúde!

Remar: De caiaque até o Arquipélago das Cagarras, a partir da praia de Ipanema. Remada fácil de aproximadamente 5km (entre 45min-1h30, dependendo do nível da pessoa e dos ventos/corrente). O desembarque nas ilhas é proibido, pois é área de preservação. Mas vale levar máscara para mergulhar no entorno. Alto fluxo de embarcações a motor, cuidado especial no entardecer/noite. A chegada na areia pode ser uma atração e tanto para os banhistas, dependendo da intensidade das ondas... ; )

Gente que nem a gente

Noutro dia eu estava lendo a biografia do Steven Redgrave, o maior remador olímpico de todos os tempos (cinco ouros em cinco Olimpíadas, em três barcos diferentes, remando nos dois bordos). Ri sozinha quando percebi que as sensações e aflições de um super herói podem ser as mesmas de um ser humano, cada um com suas devidas proporções. Ele também odiava fazer remoergômetro, travou "tico e teco" quando passou do bombordo pro boreste, matou lá seus treininhos...

Fica aí a dica pra vcs...
Em ritmo frenético de trabalho com a Maratona do Rio essa semana, conheci o craque Marílson Gomes dos Santos, um dos maiores maratonistas que o Brasil já teve. Dono da incrível marca de 2h06 nos 42km, bicampeão da Maratona de Nova Iorque. E sabe-se lá mais o que ele vai aprontar...

Entre uma entrevista e outra, bati um papo com Marílson, digamos, "de maratonista para maratonista". E sabe o que?

Ele também fica num "bode" profundo depois de correr uma Maratona. Passa dias sem querer calçar o tênis de novo...

Ele também adora uma Coca-Cola...

Ele, assim como eu, detesta correr com música...

Ele, assim como eu, adora treinar no frio...

Ele, como qualquer mortal, chega quebrado no fim dos 42km - "impossível não sofrer".

Fico pensando sobre o sacrifício de um ser humano para fazer 42km em pouco mais de duas horas. E ele, acredite, pensa o mesmo:

"Os corredores amadores são a minha inspiração. Enquanto estou sofrendo nas minhas duas horas, fico pensando nas pessoas que correm em três, quatro, cinco horas. Jamais suportaria tanto assim!".

No fundo, somos todos iguais.


Correr: Maratona do Rio, neste domingo (17/7). Largada às 7:30 na Praia do Pontal. Chegada no Aterro do Flamengo, passando por 10 praias da orla carioca.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Preparação


Preparar a mochila pra uma temporada "into the wild" é uma das coisas mais divertidas e sacais que existe.

Por menor que seja o rolé, por mais perto da civilização que vc vá, pensar nos itens de sobrevivência na "selva" é um exercício de paciência e tanto. Infinito. Fico pensando no Amyr Klink e seu insano trabalho de prever o imprevisível.

Pois lá vou eu para mais um fim de semana de terapia da endorfina e contato com a natureza. Participarei, pela segunda vez, da Travessia do Araguaia, a mais antiga maratona de canoagem do Brasil. Vou com os amigos de Brasília. Dessa vez meu parceiro de Duplo Oceânico Misto vai ser o Monclair Cammarota. Três dias num rancho goiano, próximo à cidadezinha de Aruanã, às margens do Rio Araguaia.

Será que esqueci alguma coisa?

Remo (e o pino!)
Colete
Kit primeiros socorros
Saco estanque
Garrafinha
Suplemento Hammer
Vinho
Castanhas
Macarrão
Sopa
Queijo
Requeijão
Peito de Peru
Pão
Toddy
Sucos
Biscoito
Banana
Doce de leite
Abridor de lata
Saca rolha
Prato
Talheres
Copo
Canivete
Lencinhos umedecidos
e os indispensáveis... Advil e Twix!

Comer: Tudo isso aí em cima (comestível, claro) e o que mais pintar!

Remar: Travessia do Araguaia (saiba mais em www.fgcanoagem.com.br/) ou no post anterior aqui no blogue.