segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

De corridas e fanfarronices


Na falta de capacidade física da "titular" desse blogue nos últimos tempos - e para vcs não pensaram que o nome desse cantinho devia ser "comer, comer, comer" -, acionei uma das correspondentes mais fanfarronas que esse blogue tem para falar de corridas. Não, não é nada do que vc está pensando - "lá vem alguém falar de mais uma voltinha de 5k na USP ou no Aterro". Há, sim, um outro tipo de corrida do lado de cima do Equador, mais precisamente no quintal do "Negão in Chief", como ela chama Washington DC, casa do patrão Obama. Com vcs, as corridas surreais de Daniela Genuino Smith. Enjoy!

"Nunca fui muito de correr. Era daquelas que corria 10-15 minutinhos rápidos na academia só pra dar uma esquentada antes da “malhação séria” começar. Achava chato demais, correr ao lado de um monte de zumbi sem sair do lugar, olhando pra uma parede ou quem sabe a TV pro tempo passar mais rápido.

Me mudei pra “Obamaland” há 3 anos e essa dieta maluca de cheeseburgers and fries começou a pesar, literalmente. Precisava achar uma rotina que eu gostasse realmente de fazer. Minha amiga Manoela já corria fazia tempo e eu sentia o maior orgulho dela e suas kilometragens… doida mesmo essa Manô!

Moro numa area na Virginia, no subúrbio de Washington, onde não faltam trilhas, bosques e lagos lindissimos a serem explorados. Assim começaram minhas kilometragens, inspiradas pelas paisagens. Não era mais chato… eu sentia falta quando não corria!

A alta temporada de corridas de rua por aqui vai de abril a começo de dezembro. E é tanta corrida de rua – o site runningintheusa.com lista 28.919 nos EUA em 2011 - que você sempre esbarra em uma perto de você todo fim de semana. Só não corre quem não quer! E todo tipo de corrida: para causas nobres, duathlons, triathlons, percursos históricos ou corridas temáticas. E essa última é meu tipo preferido de corrida e o que deu a idéia a Manoela de pedir para eu escrever esse post sobre minhas “corridas fanfarronas”, como ela chama.

Minha primeira “corrida fanfarrona”, foi a Warrior Dash (Manoela chama de “corrida da perna do brontosssauro”!) . São 5 kms, em um bosque no meio do nada, com obstáculos como “Muddy Mayhem” (um poço de lama e arame farpado, que você tem q passar por baixo), “Assassins Escape” (o famoso “trepa-trepa” de parque de criança), “Deadweight Drifter” (500 metros com água pela cintura), “Petrifying Plunge” (um mega escorregador com água geladissima correndo na superficie), “Road Rage” (um corredor cheio de pneus velhos pendurados) e o “Warrior Roast”, onde vc pula uma fogueira, é uma grande diversão! As pessoas vão fantasiadas (de bailarinas a super herois) e no final vc ganha um chapéu daqueles com chifre, tipo Viking, uma cerveja gelada e uma enorme perna de peru assada. Tudo isso com banda de rock tocando na linha de chegada e todo mundo imundo depois da corrida. Tem coisa mais divertida?! Sabia que dali em diante meus dias de tédio associados a corrida tinham definitivamente acabado! Tinha virado uma Fanfarrona Warrior Runner!


A partir daí, entremeados com minhas corridinhas de rua habituais, e por causas nobres, 5 ou 10 kms pelas lindas trilhas da Virginia, eu tinha que ter uma maluquice dessa pra animar a rotina. Foi assim que corri uma Saint Patrick’s Day Run, no meio de um monte de duendes e barbas ruivas postiças; uma Great Pumpkin Dash, ao lado de um Beetlejuice e uma Dorothy; uma Turkey Trot, onde eles soltam um peru na largada e é no fim de semana antes do Thanksgiving, correndo ao lado de um bando de falsos peregrinos e indios de meia pataca.


Corri também a Hot Chocolate 15k (“The Sweetest Race out there”), patrocinado pelos chocolates Ghirardelli e onde vc ganhava chocolate quente e fondue de chocolate depois da corrida, já que essa aconteceu numa gélida manhã de dezembro. Depois do atraso de 1h na largada, já não sentia meus dedos do pé no frio de 1C. Aprendi também nessa que por mais que você seja chocolatra, depois de 15km não é exatamente o que vc precisa pra repor energia!


A última do ano foi fim de semana passado. A Jingle All The Way 8k, pelas ruas de Washington. Você recebe 2 pares de sininhos pra botar no seu tênis. Acho que esse ano o Natal realmente só começou pra mim depois de ouvir 20 mil pares de sininhos em unissono passando pela frente da árvore de natal do Capitólio numa manhã ensolarada porém gélida, correndo logo atrás dos 3 reis magos, depois de ultrapassar um sujeito vestido de caixa de leite correndo atrás da namorada vestida de cookie, um sujeito de pijamão daqueles tipo Pateta, com estampa de rena e um papai noel magricelo q fazia malabarismos pelo caminho. Opa, não se esqueça de José e Maria, correndo com seu filhinho no stroller, devidamente aparamentado de menino Jesus. Como americano é politicamente correto, também tinha um sujeito fantasiado de Menorah. Corri com um sorriso largo da largada a linha de chegada.

Vai dizer que isso não é mil vezes melhor do que olhar pra parede que nem zumbi numa esteira???? Viva as fanfarronices!!!".

Correr: Quer seguir os passos da Danizinha? Então clica nos links acima ou aqui para ver uma das 28 mil (vinte e oito mil, isso mesmo!) corridas americanas que rolaram em 2011...

Tudo o que nada

Foto da Paulinha Seára Arraes ontem à tarde.
Não era fase de reprodução de camarões, mas fiquei proibida de de comer, por quase dois meses, tudo o que viesse do mar. Crustáceos, peixes, cochas... Tortura. No auge do "embargo", brinquei lá no Facebook sobre onde deveria ir tão logo caísse a cortina de ferro. As respostas foram de dar água na boca. Evidentemente que desde sexta, ao derrubar os primeiros tijolos do meu Muro de Berlim, fui cumprindo à risca a lista proposta pelos amigos. Já contabilizados o bolinho de bacalhau e o polvo grelhado com arroz de brócolis, regado à Terezópolis e à simpatia da dona Beatriz, proprietária do Rio Minho. E tb foram pra conta as empadas de siri e camarão, a sardinha frita, o arroz de polvo e o bobó do Bar Urca. Claro, emoldurados pela vista da Baía de Guanabara.

Como acho que comer frutos do mar é das melhores coisas que uma cidade litorânea pode oferecer (e ninguém precisa necessariamente deixar uma fortuna na Marius Crustáceos ou no Satyricon para ser feliz), divido com vc a lista dos "mais-mais" proposta pelos amigos sensibilizados com a minha enquete: "onde comer um bom peixe no Rio de Janeiro".

Divirtam-se.

Comer: Rio Minho (21 2509-2338 ) /  Bar Urca (21 2295-8744 ) / Bar da Rampa (21 2295-2647 ) / Tia Palmira (21 2410-8169 ) / Siri (21 2462-1962 ) / Mercado São Pedro (21 2620-3446 ) / Barreado (21 2442-2023 )

domingo, 18 de dezembro de 2011

Reencontro

Lembro que, em 2007, eu andava tão tensa, mas tão tensa, que sentia toda hora umas palpitações estranhas no peito, formigamentos no braço... Cismei que estava prestes a ter um enfarto. A cada sintoma eu parava o que estivesse fazendo e ia... remar. Na minha lógica: "Se era para morrer, queria morrer remando". E lá no meio da Lagoa, ao entardecer, os batimentos voltavam ao normal e as extremidades acordavam. Obviamente que o cardiologista não viu nada de anormal nas coronárias. "É estresse, Manoela". Mas talvez Dr. Bruno tenha visto, sim, no eletro, um amor incondicional pelo remo.

Costumo brincar que tento parar de remar desde 1996. Impossível. Até hoje, mesmo quando passo meses a fio sem sentar num barco eu acho que "estou matando treino". Olho pro vaivém frenético das guarnições na raia e imagino qual seria o treino do dia, torço pra engarrafar a Epitácio quando tem um Oito trabalhando do lado do Four e curto ver o Skiff andando na frente do Double e fazendo a maior força pra não ser alcançado. Sempre sob os braços abertos do Cristo. Uma benção.

Quando recebi a boa notícia, na sexta de manhã, dando conta que a minha ex-tireóide tinha sido explodida com sucesso, resolvi que comemoraria o "ano novo" em cima do meu barco. Mesmo ainda sem autorização médica para fazer exercício, tinha total certeza de que dar uma remadinha era tudo o que eu precisava. 

Era um reencontro comigo mesma. Como se estivesse dizendo: "Pronto, quem manda na minha vida de novo sou eu". 

Não queria necessariamente só remar - mas sim estar ali no Botafogo, minha segunda casa, com gente que eu amo e que me quer bem, gente que faz parte da minha história e me ensinou muito mais do apenas o que o que é bombordo, boreste, ré e proa. Até pq o remo vai bem além: o remo mostra que a remada é dada uma de cada vez, sem embolar. Remando e respirando. Fazendo força na hora certa. Deslizando sobre qualquer marola. Superando a si mesmo. Sem desistir nunca.


Feliz ano novo para vcs também. Vem nimim agora 2012, que eu quero ver!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Taste of Christmas


O Centro de Convenções ExCel e a Seleção Brasileira de judô no Evento Teste.

Esqueça tudo o que vc já viu em termos de centro de convenções como Rio Centro e Anhanguera. Não dá nem para a saída. No últimos final de semana estive no ExCel, na região das Docklands, em Londres. O ExCel será um dos centros esportivos durante os Jogos Olímpicos de 2012 e, dentre os esportes disputados por lá, está o judô, com quem trabalho desde 2003. Fomos participar do Evento Teste para as Olimpíadas (não custa dizer que ganhamos três medalhas de ouro em quatro possíveis!) e, além de divulgar os ippons da turma, fui levar adiante com a comissão técnica nosso trabalho de observação e preparação para a Seleção Brasileira durante os Jogos.

A gigante fila do Britain's Got Talent no frio. Dentro tinha o dobro de gente!
Pois no mesmo final de semana em que o ExCel recebia dois Eventos Testes Olímpicos (judô e tae kwon do), rolava por lá uma prova para não sei o que (mas tinha gente pra dedéu fazendo), a seleção do Britain’s Got Talent (o famoso show de calouros inglês... milhares de pessoas em fila durante dois dias para se apresentar nas seletivas) e a gigantesca feira de guloseimas natalinas Taste of Christmas. 22 libras para entrar e mais quanto vc puder gastar lá dentro...

A Food Revolution de Jamie: Papai Noel, restaurante cantora e quiz do peru!
Primeira conclusão da feira: Jamie Oliver é uma máquina de fazer dinheiro. Logo na entrada, um Papai Noel magriiiinho segura um balde pedindo doações para a Jamie Oliver Foundation. Lá dentro (entramos de graça com nossos crachás de judô, a-ha!) uma moça canta canções natalinas com o mesmo baldinho, um rapaz te convida a chutar o peso de um bonito peru de natal por 2,5 pounds – que tb vão para a Jamie Olivier Foundation. Há uma lanchonete, um mega restaurante (75 pounds a refeição completa) e um estande vendendo assinatura anual da revista do pai da Food Revolution (20 pounds), com direito a um livro de receitas do bonitão de presente.

Parece uma feira da providência com mais glamour. Tvz até seja mesmo. Um ar de quermesse metido a besta? Sim, quem sabe. Mas vale tudo para fisgar as suas (nossas!) libras seja pelo estômago ou pelo espírito natalino. A verdade é que me diverti um tantinho em pouco mais de 1h de tempo livre que tinha, gastei algumas libras e só não comi e bebi pra caramba nas centenas de degustações propostas pq estou nessa bendita dieta sem iodo ainda... Ainda bem que vinho é um dos itens estritamente permitidos pela médica!

O coral e a multidão. Do lado de fora, eventos de judô, tae kwon do e Britain's got talent!
Enquanto o coral se apresenta logo na entrada, o negão anuncia a grande novidade! Uma exótica bebida não alcoólica, frisa ele: água de coco por 4 libras. E tem gente que ainda reclama dos preços de Ipanema e Lagoa no verão...

Ali perto, o chinês insiste para te enfiar goela abaixo uma infusão de flores (o famoso chá de jasmim), enquanto a sorridente jamaicana jura que o molho de manga e chilli é gostoso (viva o álibi da dieta de iodo!!! Dessa escapei!).

1) Decor de natal, 2) Chinês e o chá florido, 3) Experimentando chazinho, 4) Cup Cakes paradise, 5) Demonstração de mixer, 6) Clara líquida à venda, 7) Degustação de queijos e vinhos, 8) Facas "guinsu", 9) A jamaicana e os molhos, 10) Coco a 12 reais!
Tem estande vendendo faca, fazendo demonstração de mixer, vendendo carnes exóticas, espumantes e enfeites de natal. Claro, tem uns três ou quatro oferecendo tudo em matéria de produção de cup cake. Tem uma família francesa apresentando suas melhores safras de Bourgone (comprei duas garrafas, conto depois!)... tem fila para aula de culinária, para degustação de queijos e vinhos, para degustação de cerveja...

Vinhos de família da Bourgogne.
Deu a hora de voltar para o judô. Ufa! Não sei se meu auto controle gastronômico e consumista ia suportar mais 10min ali. 
Obrigada Mataruna e Dr. Mateus, meus parceiros nessa experiência!
Feliz Natal!

J’Aime Paris



Essa é uma sugestão para quem ainda não tiver feito a lista para o Papai Noel. Não, não é uma passagem para Paris, como o titulo desse post supõe. Mas bem que vc vai precisar de uma se quiser curtir das dicas do novo livro do mestre Alain Ducasse
O poderoso chefão acaba de publicar (em abril na Europa, o que é quase agora aqui nos Trópicos) o “J’Aime Paris – Mon Paris du goût en 200 addresses”, onde dá nomes, coordenadas e impressões sobre os lugares que mais gosta na capital francesa. Falou do Le Chateaubriand (que quem lê esse blog já conhece faz tempo!) e de seu Jules Verne, na Torre Eifel, evidentemente. Mas fala de lugares menos pomposos e mais escondidinhos. Como esses que a revista da British Airways listou na edição de novembro. Copiei tudo – a mão! – pra vcs! O problema foi entender o garrancho depois!!

Tem restaurante de chef badaladinho (Gregory Marchand), loja de queijo, restaurante com decoração art déco, café dentro de mesquita, jantar a bordo de barcos pelo Sena...

Ainda na onda de livros, o vizinho de blogue, Pedro Landim, noutro dia escreveu sobre o livro de receitas caseiras Ferran Adrià. Outra delícia que vale mandar o Papai Noel comprar na Amazon! Clica aqui pra ler o post do Boca no Mundo. Pra comprar clica aqui.

Restaurant Charier – 9eme – 7 Rue du Fauburg Montmartre
Caffé Dei Cioppi – 11eme – 159 Rue du Fauburg St Antoine
Raoul Maeder – 17eme – 158 Boulerd Berthier
Frenchie, do chef Gregory Marchand – 2eme – 5 rue du Nil
Le Train Bleu – 12eme – dentro da Gare de Lyon
Rosa Bonheur – 19eme – 2 Allee de la Cascade
Barthélemy, loja de queijos – 7eme – 51 rue de Grenelle
Café de Maure de La Mosquée de Paris  - 5eme – 9 rue Geoffrey St Hillaire
Yachts de Paris, jantar em barco pelo Sena – 7eme – 27 Quai Voltaire
Aux Lyonnais – 2eme – 32 rue Street Marc
Ballon et Coquillages – 17eme – 71 Boulevard Gouiron St Lyr