Na fila do banheiro num postinho de
gasolina na estrada que liga Volta Redonda à Rodovia Presidente Dutra, dois
homens conversam. “O placar nesse jogo foi o que menos importou. Quantas vezes
na vida eu vou poder assistir com meu filho a um Fluminense e Itália?
Quantas?”.
Nunca achei que o Fluminense fosse ganhar.
Esse jogo, desculpem os puristas, foi sob medida para o time visitante vencer.
E por isso mesmo subi a serra com meu pai e um grupo de tricolores. Éramos 15,
variando de um ano e meio a 75 anos. Três gerações vestindo as mesmas cores.
Bola rolando.
“Ôoooo... Diguinho é melhor que o Pirlooooo!”, cantava a bem
humorada torcida a cada vez que o camisa 8 do Flu tocava na bola. Na tal fila
do banheiro, um garoto comparava ao fim da partida: “O Pirlo joga bola que nem
no (videogame) FIFA, saca? Parace que o jogo não é nem com ele. Joga muito!”.
Se há um clube capaz de receber um
convidado com tamanha fidalguia, esse é o Fluminense. E me poupem, por favor,
as piadinhas quanto ao placar “elástico”. O “funiculi, funiculá” seguia
ecoando, vez ou outra, na acanhada arquibancada como que a embalar os lances do
jogo. Quando Pirlo e Balotelli, enfim, entraram em campo, os tricolores
aplaudiram com vontade. Vibraram, claro, com seus três gols marcados sobre a
seleção tetracampeã do mundo; queriam que o “gordinho” tivesse deixado o dele
tb, assim como Conca. Mas pouco se importaram com os cinco gols sofridos num
jogo de comadre (com marcação frouxa e, por conseqüência, quase sem faltas). Isso
nada tem a ver com se apequenar, pelo contrário. O que valia ali era a festa. O
fair play. Daí tantos aplausos ao final.
Eu, meu pai e os outros milhares de
tricolores estávamos ali para ver a Azurra. Para dar risada. Para curtir o
clima de Copa. Sim, amigos, #vaitercopa. E esse jogo já foi um dos “legados”.
E um aviso vindo da arquibancada para os italianos que deixavam o campo: "O Fred vai te pegaaaaar!".
E um aviso vindo da arquibancada para os italianos que deixavam o campo: "O Fred vai te pegaaaaar!".