Vou a Paraty Mirim desde três meses de vida. É lá o lugar no planeta que me sinto mais em casa, sem medos, estresses e relógio. Apenas pé descalço, tartarugas, siri e barquinhos passando. E algumas delícias que compartilho com vcs aqui.
Por mais intensa que ande a rotina de viagens "oficiais", pegar a Rio-Santos por 4h para chegar à praia de Paraty Mirim, quase ali na divisa com São Paulo, está longe de ser uma tortura. É revigorante, isso sim. Dei um pulinho lá na "casa de Robson Cruzoé" no último final de semana.
E os franceses que me desculpem, mas as ostras com limão galego vendidas pelo Nílson, caiçara ali das imediações da Ilha da Cotia, não têm comparação. Nílson pega, ele mesmo, diariamente as conchinhas na Baía de Paraty Mirim. Vende a dúzia por R$ 20. Um dia já foi R$ 15. "Mas agora tem pouca ostra nas pedras. O pessoal de Ubatuba vem aqui e pega 22 dúzias de uma leva só. Ficamos sem nada", reclama com a faca na mão sentado em sua canoa canadense.
O público alvo de Nílson é a turma endinheirada, que chega em iates e veleiros na baiazinha da Cotia para se proteger do vento. Num botinho de alumínio e motor de 3.3HP, vemos a canoa se aproxiar. "Oi, bom dia! Reconheci o barco de longe", saúda o caiçara abrindo o sorriso familiar.
Sempre que vou a Paraty Mirim dou uma escapada até a Cotia em busca das ostras. Já fui de caiaque e de bote. Nunca de lanchona. Nílson vende fiado pra gente, aceita encomenda e diz: "O pessoal de barco grande é muito mão fechada. Não consome quase nada".
O repertório de iguarias do mar de Paraty tem ainda camarões comprados direto dos barcos pesqueiros (abordagem sempre nadando ou de caiaque, para espanto da tripulação!), guaiamum pescado de puçá no deque e peixes do seu Dedeco, velho pescador da praia de Paraty Mirim. Isso quando o capitão Pedro Ninô não fisga um ou outro peixinho pra mandar pra brasa na folha de bananeira!
O encerramento do banquete é na Rio-Santos, altura de Bracuí, ali no quilômetro 499 mais ou menos. Chama-se Bar do Chuveiro, o pé sujo mais concorrido da estrada. Em alta temporada, carrões batem ponto na frente da varanda, ao lado do chuveirão que dá nome ao bar cheio de gordinhos de roupa de banho se refrescando do calor. Mais kitsch impossível.
Das dezenas de panela de óleo fervendo (uma para cada sabor do cardápio) saem os pastéis mais fartos e sequinhos de que se tem notícia. Siri, camarão com catupiry, queijo com cebola, carne com palmito... e até de vento, para quem ficar incomodado com tanto recheio dentro da massa.
Dizem que Amyr Klink vem de São Paulo a Paraty pela Rio-Santos só para se abastecer no Bar do Chuveiro.
Comer: Ostras do Nílson - Ilha da Cotia, Baía de Paraty Mirim. Normalmente aos fianis de semana e feriados, no começo da tarde. Custa R$ 20 a dúzia. // Bar do Chuveiro - Rio-Santos, km 499, altura de Bracuí. Entre R$ 3 e R$ 6 a unidade do pastel. Fecha 22:00 e não abre às segundas.
Por mais intensa que ande a rotina de viagens "oficiais", pegar a Rio-Santos por 4h para chegar à praia de Paraty Mirim, quase ali na divisa com São Paulo, está longe de ser uma tortura. É revigorante, isso sim. Dei um pulinho lá na "casa de Robson Cruzoé" no último final de semana.
E os franceses que me desculpem, mas as ostras com limão galego vendidas pelo Nílson, caiçara ali das imediações da Ilha da Cotia, não têm comparação. Nílson pega, ele mesmo, diariamente as conchinhas na Baía de Paraty Mirim. Vende a dúzia por R$ 20. Um dia já foi R$ 15. "Mas agora tem pouca ostra nas pedras. O pessoal de Ubatuba vem aqui e pega 22 dúzias de uma leva só. Ficamos sem nada", reclama com a faca na mão sentado em sua canoa canadense.
O público alvo de Nílson é a turma endinheirada, que chega em iates e veleiros na baiazinha da Cotia para se proteger do vento. Num botinho de alumínio e motor de 3.3HP, vemos a canoa se aproxiar. "Oi, bom dia! Reconheci o barco de longe", saúda o caiçara abrindo o sorriso familiar.
Sempre que vou a Paraty Mirim dou uma escapada até a Cotia em busca das ostras. Já fui de caiaque e de bote. Nunca de lanchona. Nílson vende fiado pra gente, aceita encomenda e diz: "O pessoal de barco grande é muito mão fechada. Não consome quase nada".
O repertório de iguarias do mar de Paraty tem ainda camarões comprados direto dos barcos pesqueiros (abordagem sempre nadando ou de caiaque, para espanto da tripulação!), guaiamum pescado de puçá no deque e peixes do seu Dedeco, velho pescador da praia de Paraty Mirim. Isso quando o capitão Pedro Ninô não fisga um ou outro peixinho pra mandar pra brasa na folha de bananeira!
O encerramento do banquete é na Rio-Santos, altura de Bracuí, ali no quilômetro 499 mais ou menos. Chama-se Bar do Chuveiro, o pé sujo mais concorrido da estrada. Em alta temporada, carrões batem ponto na frente da varanda, ao lado do chuveirão que dá nome ao bar cheio de gordinhos de roupa de banho se refrescando do calor. Mais kitsch impossível.
Das dezenas de panela de óleo fervendo (uma para cada sabor do cardápio) saem os pastéis mais fartos e sequinhos de que se tem notícia. Siri, camarão com catupiry, queijo com cebola, carne com palmito... e até de vento, para quem ficar incomodado com tanto recheio dentro da massa.
Dizem que Amyr Klink vem de São Paulo a Paraty pela Rio-Santos só para se abastecer no Bar do Chuveiro.
Comer: Ostras do Nílson - Ilha da Cotia, Baía de Paraty Mirim. Normalmente aos fianis de semana e feriados, no começo da tarde. Custa R$ 20 a dúzia. // Bar do Chuveiro - Rio-Santos, km 499, altura de Bracuí. Entre R$ 3 e R$ 6 a unidade do pastel. Fecha 22:00 e não abre às segundas.
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