Foram 44 minutos que valeram como uma aula de sociologia, de humanidade.
Mais do que uma corrida de 5,5km, participar da prova Rocinha de Braços Abertos foi uma experiência impactante.
Sim, existe pacificação. Sim, há classe média na favela (e isso vc nota em alguns prédios bacanudos). Sim, as classes C e D estão consumindo mais (e isso vc vê nas vitrines de grandes marcas do varejo ao longo da estrada principal). Sim, há lixo, há esgoto a céu aberto e há fios embolados prestes a soltar uma fagulha e transformar em cinzas casebres de madeira. E tudo isso vc vê a cada passo no percurso. Há becos úmidos e escuros e pessoas bebendo cerveja de canudo às 8:15 da manhã. Há gente voltando pra casa depois da noite em claro no trabalho enquanto a turma do asfalto ocupa a Rocinha para correr num domingo de manhã. Há gritos sinceros e divertidos de "não peida não!", "vai, playboy!" e "vai, gostosa".
É tanta informação e tanta emoção em meros cinco quilômetros que nem sei bem como escrever aqui.
Ano que vem eu corro 10k.
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