Sempre morei em Botafogo. E sempre ouvi que "Botafogo é um bairro de passagem". Um caminho engarrafado de três longas e estreitas ruas entre a Baía de Guanabara e a Lagoa.
Para ir ao cinema eu partia para Copacabana ou Leblon. Para almoçar ou jantar pegava o carro para Ipanema ou Gávea. Mas pagava o IPTU de Botafogo.
Felizmente as coisas estão mudando. Meus amigos, quem diria, já vêm para Botafogo em busca de comida, diversão e arte. E, assim, eu passo numa boa, a pé, em frente à Operação Lei Seca do Humaitá! ; )
Os tradicionais Aurora e Botequim continuam firmes e fortes na Visconde Caravelas. Já viveram melhores dias, é verdade. Mas ganharam a companhia de alguns dos atuais carros-chefe da cena gastronômica carioca.
O Tragga, na Capitão Salomão, é um exemplo. Tem a adega mais linda que já vi. Serve carnes ótimas e uma cebola recheada que está entre meus acompanhamentos favoritos atualmente.
Ainda na Visconde Caravelas, antes da Capitão Salomão, tem aquela que considero, de verdade, a pizza mais gostosa do Rio (ah a de cebola roxa caramelizada com queijo de cabra... hummm!). Sem muito alarde, num espaço pequeno (ao lado do confuso I Piati, que se apresenta como restaurante japonês e italiano!!!) está a Eccellenza. Na mesma calçada fica o peruano Lima, com seu pisco sour fantástico e o trio de ceviches que me faz sair de casa até sob chuva.
Não, não acabou. Tem também meu delivery preferido na Nélson Mandela, o Orienthai, a quem volta e meia apelo para pedir um pad thai ou um murg tikka masala. Na Bambina conheci um italianinho charmoso e de comida bem feita, o Ricca Alegria. Sem falar do Harad, da Cobal do Humaitá, com um tabule quase igual ao da mamãe.
Mas é na Conde de Irajá que estão dois dos destaques dos críticos (e meus!): o Entretapas, dos queridíssimos Jean e Antônio, e o Irajá, do sempre inspirado Pedro de Artagão. São dois casarões restaurados do século XIX, cada um a seu estilo. No Entretapas, junto com uma fresquíssima jarra de sangria, me farto com a chistorra, as lulas, a pancetta, os huevos rottos... Já Pedro de Artagão assina um dos pratos mais surpreendentes que já provei: o falso toro (tartare de lombo de atum e foie gras). Me prometi que vou me entregar logo, logo, ao menu omakase dele, naquela mesa redonda linda diante da cozinha aberta.
Outro vizinho de cep é o Oui Oui, o primeiro na Conde de Irajá (sem contar, claro, China in Box e que tais). Só de pensar no cuscus de quiabo com frango e castanha do pará da Roberta Ciasca dá vontade de sair de casa correndo. Ainda mais lembrando que tem palito de tapioca com coco e doce de leite de sobremesa num dos ambientes mais agradáveis do Rio.
Por essas e outras que quando o paulistano Ken Mizumoto, do Shin Zushi, me perguntou onde abrir um restaurante no Rio eu respondi sem titubear: em Botafogo!
A-do-rei este texto, a começar pelo título! Parabéns! Assino embaixo de tudo!
ResponderExcluirQue delícia... Delícias!
ResponderExcluirFogo de Chão, Mian Mian e Refeitório Orgânico também mereciam destaque no seu post. Principalmente esses dois últimos. Fica a dica.
ResponderExcluirShow Manô!
ResponderExcluirDesculpe Pedro, mas o Fogo de Chão do Rio é muito ruim. O de Sampa é melhorzinho
ResponderExcluirBotafogo é O LOCAL
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