Na falta de capacidade física da "titular" desse blogue nos últimos tempos - e para vcs não pensaram que o nome desse cantinho devia ser "comer, comer, comer" -, acionei uma das correspondentes mais fanfarronas que esse blogue tem para falar de corridas. Não, não é nada do que vc está pensando - "lá vem alguém falar de mais uma voltinha de 5k na USP ou no Aterro". Há, sim, um outro tipo de corrida do lado de cima do Equador, mais precisamente no quintal do "Negão in Chief", como ela chama Washington DC, casa do patrão Obama. Com vcs, as corridas surreais de Daniela Genuino Smith. Enjoy!
"Nunca fui muito de correr. Era daquelas que corria 10-15 minutinhos rápidos na academia só pra dar uma esquentada antes da “malhação séria” começar. Achava chato demais, correr ao lado de um monte de zumbi sem sair do lugar, olhando pra uma parede ou quem sabe a TV pro tempo passar mais rápido.
Me mudei pra “Obamaland” há 3 anos e essa dieta maluca de cheeseburgers and fries começou a pesar, literalmente. Precisava achar uma rotina que eu gostasse realmente de fazer. Minha amiga Manoela já corria fazia tempo e eu sentia o maior orgulho dela e suas kilometragens… doida mesmo essa Manô!
Moro numa area na Virginia, no subúrbio de Washington, onde não faltam trilhas, bosques e lagos lindissimos a serem explorados. Assim começaram minhas kilometragens, inspiradas pelas paisagens. Não era mais chato… eu sentia falta quando não corria!
A alta temporada de corridas de rua por aqui vai de abril a começo de dezembro. E é tanta corrida de rua – o site runningintheusa.com lista 28.919 nos EUA em 2011 - que você sempre esbarra em uma perto de você todo fim de semana. Só não corre quem não quer! E todo tipo de corrida: para causas nobres, duathlons, triathlons, percursos históricos ou corridas temáticas. E essa última é meu tipo preferido de corrida e o que deu a idéia a Manoela de pedir para eu escrever esse post sobre minhas “corridas fanfarronas”, como ela chama.
Minha primeira “corrida fanfarrona”, foi a Warrior Dash (Manoela chama de “corrida da perna do brontosssauro”!) . São 5 kms, em um bosque no meio do nada, com obstáculos como “Muddy Mayhem” (um poço de lama e arame farpado, que você tem q passar por baixo), “Assassins Escape” (o famoso “trepa-trepa” de parque de criança), “Deadweight Drifter” (500 metros com água pela cintura), “Petrifying Plunge” (um mega escorregador com água geladissima correndo na superficie), “Road Rage” (um corredor cheio de pneus velhos pendurados) e o “Warrior Roast”, onde vc pula uma fogueira, é uma grande diversão! As pessoas vão fantasiadas (de bailarinas a super herois) e no final vc ganha um chapéu daqueles com chifre, tipo Viking, uma cerveja gelada e uma enorme perna de peru assada. Tudo isso com banda de rock tocando na linha de chegada e todo mundo imundo depois da corrida. Tem coisa mais divertida?! Sabia que dali em diante meus dias de tédio associados a corrida tinham definitivamente acabado! Tinha virado uma Fanfarrona Warrior Runner!
A partir daí, entremeados com minhas corridinhas de rua habituais, e por causas nobres, 5 ou 10 kms pelas lindas trilhas da Virginia, eu tinha que ter uma maluquice dessa pra animar a rotina. Foi assim que corri uma Saint Patrick’s Day Run, no meio de um monte de duendes e barbas ruivas postiças; uma Great Pumpkin Dash, ao lado de um Beetlejuice e uma Dorothy; uma Turkey Trot, onde eles soltam um peru na largada e é no fim de semana antes do Thanksgiving, correndo ao lado de um bando de falsos peregrinos e indios de meia pataca.
Corri também a Hot Chocolate 15k (“The Sweetest Race out there”), patrocinado pelos chocolates Ghirardelli e onde vc ganhava chocolate quente e fondue de chocolate depois da corrida, já que essa aconteceu numa gélida manhã de dezembro. Depois do atraso de 1h na largada, já não sentia meus dedos do pé no frio de 1C. Aprendi também nessa que por mais que você seja chocolatra, depois de 15km não é exatamente o que vc precisa pra repor energia!
A última do ano foi fim de semana passado. A Jingle All The Way 8k, pelas ruas de Washington. Você recebe 2 pares de sininhos pra botar no seu tênis. Acho que esse ano o Natal realmente só começou pra mim depois de ouvir 20 mil pares de sininhos em unissono passando pela frente da árvore de natal do Capitólio numa manhã ensolarada porém gélida, correndo logo atrás dos 3 reis magos, depois de ultrapassar um sujeito vestido de caixa de leite correndo atrás da namorada vestida de cookie, um sujeito de pijamão daqueles tipo Pateta, com estampa de rena e um papai noel magricelo q fazia malabarismos pelo caminho. Opa, não se esqueça de José e Maria, correndo com seu filhinho no stroller, devidamente aparamentado de menino Jesus. Como americano é politicamente correto, também tinha um sujeito fantasiado de Menorah. Corri com um sorriso largo da largada a linha de chegada.
Vai dizer que isso não é mil vezes melhor do que olhar pra parede que nem zumbi numa esteira???? Viva as fanfarronices!!!".
Correr: Quer seguir os passos da Danizinha? Então clica nos links acima ou aqui para ver uma das 28 mil (vinte e oito mil, isso mesmo!) corridas americanas que rolaram em 2011...
Sensacional!!
ResponderExcluirFanfarronice é TUDO!!
Eu corri uma maratona com "UM SÓ PAPAI NOEL tocando sininho" e tive vontede de matá-lo várias vezes. Nessa prova do sininho eu ia precisar de um exército para acabar com tantos. hehehehe
Parabéns Danizinha, fez uma ótima troca, a esteira sem graça por fanfarronices mil.
Aqui tinha a corrida na LAMA, mas acabaram com ela. E nem terminava com chapéu Viking nem Perna de brotossauro. kkkk
Manô, muito legal nos apresentar a FANFARRONA, mas cadê suas corridas?
Beijos e Merry Christmas meninas
Colucci
@antoniocolucci
http://toticolucci.blogspot.com
Hahahahahaha!!! Amei!!! Será que eu tenho que me mudar para Washington para ter vontade de correr? Porque só com essas fanfarronices mesmo!!!
ResponderExcluirComo mãe coruja tenho que me pronunciar. Tem bagunça a Dani tá dentro. E ela ama essas corridas malucas. O maridão tem um papel muito importante: ficar tirando fotos das palhaçadas e mandar para os amigos. Acho muito bacana pois em uma terra que não é a dela, ela faz o que gosta, com um espírito alegre, descontraído, e arrumando sempre novos amigos. E, para não desagradar a Manô, ainda por cima se exercita! hehehe
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