segunda-feira, 9 de julho de 2012

Dois é ótimo... ainda mais quando se trata de Claude Troisgros!

Pedro com sua clássica cara de "o prato dela é melhor do que o meu. De novo".
Sou fã das carnes da CT Boucherie, nunca fui muito feliz no Bistrô 66, estava super curiosa de experimentar a CT Trattorie e, confesso, não sei por que cargas d''agua jamais tinha sentado numa das poucas mesinhas do Olympe, restaurante-assinatura do mais premiado chef franco-brasileiro.

Pois em dois dias de junho, tive o privilégio de resolver esses dois dos "grandes problemas gastronômicos da minha vida" e promover uma rodada dupla da cozinha de Claude Troisgros. Tudo na vida é pretexto... e o da vez foi o aniversário do Pedro (oba!).

A primeira visita foi ao Olympe, numa terça-feira à noite. Casa com meia ocupação, Troisgros Pai e Filho no salão (com pequenas incursões à cozinha). Como éramos debutantes, fomos direto no menu confiance. A dúvida era harmonizar ou não. Nunca fomos bem sucedidos em harmonizações, por melhores que os sommeliers e/ou os restaurantes fossem. Ainda assim, demos um voto de confiance e entregamos a combinação entre comidas e vinhos a Amilton.

Tenho gostado de escrever aqui no blogue sobre as experiências pelos restaurantes da vida, mas ainda confio demais na minha memória. Não anotei, não fotografei pq acho esquisita essa mania de fazer imagem antes de qualquer garfada (ainda bem que o Pedro clicou uma coisa ou outra!). Conclusão, embora a experiência excepcional esteja gravada no coração e no paladar, confesso que não me recordo da ordem dos pratos nem de tudo o que foi servido ali.

Marcaram alguns momento em especial: os crocantes biscoito de polvinho com um provocante toque de curry; o polvo maciiiiioooo, o cordeiro fantástico com casca de açaí. E a sobremesa. Divina. Uma delicada torta que combinava limão com cupuaçu. Coisa de quem entende.

 Polvo e cordeiro. Até parece que ele adivinhou o quanto eu amo os dois... 

O sorriso cativante de Claude Troisgros, que veio duas vezes à nossa mesa, também não sai da cabeça. Sorriso, bom humor e gentileza. Pesquei um papo em francês do chef com amigos (dele) na mesa ao lado. Apresentava um ravióli e desfilava elogios à batata baroa, para ele um tubérculo interessante, brasileiríssimo e matéria prima para uma de suas criações mais especiais. "Poxa, esse é o prato que tenho certeza de que não poderei provar aqui", lamentei ao receber Troisgros no meio da refeição. "Porque não?", devolve o chef. Expliquei que Pedro DE-TES-TA-VA (com todas as letras e em maiúsculo) qualquer coisa relacionada à baroa. "A minha, não!". E imediatamente orientou à cozinha que preparasse dois raviólis para nós, transformando o menu de cinco para seis cursos.

Não preciso dizer que Pedro adorou.

Os vinhos? Bem, os vinhos não emocionaram. Pelo contrário. Tivemos problemas com o tinto: o primeiro veio bouchonet e foi trocado prontamente por um outro rótulo que, por sua vez, como não agradou, foi substituído - sem burocracia - por um Miolo Lote 43 que não estava à altura do jantar. Os brancos servidos ao longo do caminho também não merecem grande destaque. Pena.

Mas tudo ficou bem quando, de surpresa, o mil folhas de morango do Pedro veio em um fofíssimo prato adornado com "Happy Birthday". Elegante, discreto e gentil.


No dia seguinte, o aniversário propriamente dito, fomos com Rafa, irmão de Pedro, e Gabi à CT Trattorie. Pão quentinho, azeite com aquele cheiro fantástico, um vinho italiano bem escolhido e a genial simplicidade de pratos tão acolhedores quanto deve ser a culinária italiana.

Fui de carbonara (meu 'molho' favorito dos favoritos na vida), que chez Troisgros leva carne seca crocante e desfiada. Hummmm.... Pedro pediu um penne com cordeiro, cogumelo e farofa de panko (farofinha japonesa que é estrela entre os acompanhamentos da CT Boucherie, por sinal). Rafa foi de polpetone. E Gabi recebeu a vedete da noite: fetuccine com manteiga Aviação (notem o detalhe), parmesão e... batata palha! Fantástico.

  Penne com cordeiro, cogumelos e farofa. Fetuccine com batata palha. Tudo na vida é crocância!

Lembrei do meu irmão, Caetano, que desde pequeno botava batata palha em tudo: do strogonoff à lasanha. Bem sabia ele!!

Comer: Troisgros Pai (Claude) e Filho (Tomás) são os afitriões de refeições históricas para todos os gostos. CT Trattorie (21 2266-0838), CT Boucherie (21 2529-2329) e Olympe (21 2539-4542). 

2 comentários:

  1. Olá Manoela! Adoramos tanto seu post sobre sua experiência com a gente que postamos em nosso Facebook!

    Você pode acompanhar as novidades sobre o Claude e todos seus restaurantes lé também!

    Obrigado pelos elogios e beijos da equipe Troisgros!

    -> www.facebook.com/troisgrosbrasil

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  2. Resa a lenda que eu cozinho bem... e que a Iva sempre escolhe os melhores pratos!

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