domingo, 15 de julho de 2012

O melhor relógio é nosso corpo


Havia acabado de voltar de uma fratura por estresse quando me inscrevi para correr uma etapa de 5km do Circuito das Estações no Rio. Apenas para ganhar motivação e ter um parâmetro para recomeçar. A regra era clara: "Manu, corre bem devagar, tipo 6'30/km, só para o corpo ir voltando. Na verdade, esquece o tempo. Não é para forçar", orientou mestre Zimbra, meu cúmplice de corridas de 1km ou 42km.

Correr devagar. Suave. Sem forçar. Deixei o relógio em casa e fui totalmente desapegada de tempo, colocação e que tais. Delícia de corrida.

Já relaxada no sofá de casa, recebo o SMS oficial da prova: "Parabéns, você completou o Circuito das Estações em 27'04!". Não precisa ser um gênio da matemática para fazer a conta. "Katzo, mas não era para eu ter feito em 33 minutos?!", pensei. Pensei e contei pro Zimbra, que riu e emendou. "Vc não tem jeito, então da próxima vez corre de relógio para poder se controlar".

Cada vez mais tenho certeza: não há melhor relógio que o próprio corpo. Percebi isso naquele dia, lembrei disso quando deixei sem querer o Garmin no hotel no dia da Meia de Buenos Aires e voltei a sentir na pele isso hoje, numa voltinha despretenciosa na Lagoa.

Tô bem acima do peso, correndo feito uma tartaruga e penando para completar os 7,5km do entorno da Lagoa em sofríveis 48min. Olho pro relógio e o pace não cai de 6'10 ou 6'20/km. Era assim até hoje.

Ao sair de casa para a corridinha deste domingo, vi que o Garmin estava sem bateria. Considerei que o outro relógio estava na bolsa no carro. Mas não estava. "Ok, vou de boa mesmo". O relógio de rua logo na saída do Rebouças marcava 20 graus (ótimo para correr!) e 11:14. Parti.

Corri feliz, no ritmo das minhas passadas. Ultrapassando aqui e ali. E, para minha surpresa, cheguei às 11:58. Pace de 5'52/km (praticamente um milagre pra mim ultimamente).

Não tem jeito. A gente tem que ouvir o corpo. E basta.

Correr: Lagoa Rodrigo de Freitas. Ver post Lagoa 24h.

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