segunda-feira, 10 de junho de 2013

Simplesmente Bolt


Uma das lembranças mais incríveis dos Jogos de Londres foi ter visto, ao vivo, o revezamento 4x100 da Jamaica bater o recorde mundial diante de um Estádio Olímpico enlouquecido.

Pensava comigo mesma a quantas conexões eu estaria de Usain Bolt. Longe pra dedéu, constatava sem esperanças de cruzar com a fera sequer numa das zonas mistas da vida. Aquele cara irresistível. Super-herói e humano ao mesmo tempo. Sempre me perguntei o quão reais eram seus feitos e o quão sincera era a sua alegria.

Até que dois dos meus clientes mais antigos e queridos (Bernardo Fonseca e sua X3M, e Duda Magalhães e sua Dream Factory) avisam em fevereiro desse ano: vamos trazer o Bolt para correr no Brasil em março.

O que se deu, acredito eu, vcs já sabem. (sim, estou atrasadona com o blogue e tentando aqui botar o papo em dia). Bolt correu o Desafio Mano a Mano na praia de Copacabana, abraçou criancinhas e dançou lek lek. Mais do que um raio, uma tempestade de energia.

Foram cinco dias com Bolt. Um Bolt profissional, simples, carismático, brincalhão, espontâneo. Junto com seu agente, elaborei a (intensa) agenda de imprensa - cumprida à risca, com direito, sempre, a um abraço para a posteridade em repórteres e cinegrafistas transformados, instantaneamente, em fãs. Com tranquilidade, me dizia para que não me preocupasse com o tumulto de jornalistas "pq já tinha passado por coisa muito pior". Não duvido. Pela primeira vez na minha vida marquei uma coletiva para 12:00 e às 10:00 já tinha gente chegando. Se Bolt tinha 150m pela frente, para mim pareceu uma ultramaratona. "Nossa, vc está com uma cara tão cansada!", me disse ele levantando meus óculos escuros para ver melhor as olheiras. "Culpa sua!", brinquei de volta.

E aí, depois de tudo isso, vc se dá conta de que são feitos os ídolos de verdade.

Um cara desse quilate chega na hora em todos os compromissos. Um cara desse quilate se diverte mesmo diante de 200 jornalistas (fazendo caras e bocas de propósito para forçar a reação frenética de cliques em câmeras de fotógrafos insaciáveis). Um cara desse quilate de preocupa com todos os patrocinadores (por exemplo, chegou à coletiva já tomando seu isotônico oficial). Um cara desse quilate faz questão de ser gentil com fãs (depois de mais de duas horas dando entrevistas exclusivas sob sol escaldante, pediu que eu falasse à turma do gargarejo que se acotovelava na grade para tirar uma foto fora de foco, que ele iria até eles tão logo a última pergunta fosse feita). Um cara desse quilate brinca com crianças. Um cara desse quilate nunca deixa de ser ele mesmo (dançando e cantando como bem gosta). Um cara desse quilate é leal à sua história e às pessoas que fazem a sua história (seu staff está junto desde sempre).

Fica a dica para muitos neo-ídolos, que passam pela fama como raios. Pq o Raio, mesmo, será ídolo para sempre.

Um comentário:

  1. Adorei relembrar tudo isso que vc viveu! Tive a sorte de tirar casquinha deste frissom, do lado de for, na praia, e constar suas olheiras, mas também sua alegria!

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