sábado, 6 de agosto de 2011

Terapia? Não, Maratona

Quando completei a minha primeira Meia, em 2005, estava exausta. Tinha "treinado" só duas semanas, nunca tinha corrido mais do que 10km e sofri como jamais imaginei ser possível. Bati a Daniela Cicarelli por dois minutos (yeah!) e, com três unhas roxas (que caíram depois, obviamente), tinha total certeza de que dobrar a distância seria impossível nessa encarnação.

Corri outra meia. E outra. E uma corrida de aventura. E outra, e outra, e outra. Comecei a viajar muito a trabalho. O peso subiu, a possibilidade de manter uma rotina de exercício diminuiu e gastei um tempo pensando como poderia resolver essa equação. "Ora", conversei com meus botões, "Vou correr a Maratona do Rio. Posso levar meu tênis para onde for e terei um motivo e tanto para anular a preguiça de sair pra treinar".

Passando os 40km na Maratona do Rio 2010
Dito e feito. Ano passado, quem diria, completei a Maratona do Rio. Treinei daquele meu jeito "minimalista", coloquei o pace infinito e cheguei em 4h21min sem sofrimento algum nove minutos abaixo do objetivo que tracei na minha cabeça (e não contei a ninguém, pq sempre vem alguém com o papo "que completar a primeira Maratona já é uma vitória, ainda mais para alguém que trabalha e viaja tanto como vc"). Bem, eu tinha acabado de avisar ao meu corpo que ele era capaz de suportar os 42km.

No dia seguinte da Maratona do Rio me inscrevi na Maratona de Atenas. Afinal, em 2010, a lenda da Maratona completava 2500 anos (escrevi um post aqui no blogue, confere aqui se quiser). Treinei um pouco mais. Mas só um pouco. Queria, evidente, melhorar o tempo. Mas sabia que não era uma tarefa simples, já que o percurso grego tem nada menos do que 20km de subida, entre o quilômetro 12 e o 32, olha que legal! Cumpri a missão em 4:08, correndo sempre abaixo dos 6min/km. Fiquei surpresa, satisfeita e motivada para, então, tomar vergonha na cara e começar a treinar de verdade pra quebrar a barreira das quatro horas.

Aí veio aquela maldita pneumonia em março e, logo que curei, resolvi estabelecer uma meta distante para voltar a treinar e recuperar a forma. Ouvi do Zimbrão, que é quem tenta botar ordem nas minhas planilhas (valeu, Zimbra!): "Se inscreve para a Maratona de Amsterdam. É em outubro".

Estou, nesse momento, correndo em direção à linha de chegada da Maratona de Amsterdam. Amanhã é dia de correr aqueles 21k básicos.

Quando olho pra frente, até um outubro nem tão distante assim, e vejo quantos e quantos quilômetros ainda vou encarar, quantos milhares de passos vou dar, o quanto vou conversar comigo mesma, em silêncio, nessas intermináveis horas de passadas, vejo o quanto gosto dessa maluquice chamada Maratona. Superar limites, negociar com a preguiça, conhecer seu corpo, conhecer a sua mente, liberar endorfina, ficar consigo mesmo por horas a fio... Só assim me sinto pronta para encarar o trabalho e o corre-corre da vida. Terapia pra que?

Correr: Maratona do Rio 2012 (24/6), Maratona de Atenas 2011 (13/11), Maratona de Amsterdam 2011 (16/10).

PS: Como nunca escrevi no blogue sobre minha primeira Maratona, divido com vcs esses links que contam um pouco da história dos 42.195m iniciais da minha vida: esse foi do Iuri Totti no Pulso, esse saiu na Webrun e esse eu que escrevi.



2 comentários:

  1. #aisim!!!
    Muito bom!!!
    Manoela, gostei muito.. isso é determinação.
    Bons treinos rumo a Amsterdan e se tiver um cantinho na mala é só me avisar.
    Beijos

    Colucci
    @antonicolucci
    http://toticolucci.blogspot.com

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  2. Simplismente SENSACIONAL... vc disse tudo para a nossa classe de "neurótilocos" profissionais de comunicação que ao invés de recorrer a remédios - prozacks etc e tal... resolveriam muitos problemas de saúde com caminhadas.. depois trote e corrida.... Agora MARATONA...isso é só para quem realmente tem GARRA e sabe que a felicidade está lá.. dentro, no cantinho, naquele momento que ficamos só negociando e sendo feliz... de dentro pra fora...bjs

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