Autofoto antes de botar o nariz do lado de fora, onde a temperatura era coisa de 5 graus |
Bem empacotadinha, dei deliciosas corridas em Paris. Aliás, correr durante as viagens é uma das coisas que eu mais gosto de fazer. Uma forma bacana de conhecer de apreciar e conhecer as cidades, sem deixar as férias ou o trabalho acabarem com a sua rotina de exercícios.
A primeira corrida foi a mais gostosa. Foram 50min ida-volta do hotel até a Notre Dame, sempre à beira do Sena, passando pelo Jardin des Plantes, Istitut du Monde Arabe, Ile St Louis. Poucas pessoas se aventuravam como eu, mas foi um alívio (e uma alegria) ver que eu não estava sozinha ao longo do caminho.
Noutro dia dei uma volta de 30min por Bercy mesmo. Bercy é um bairro pouco turístico nas proximidades da Gare de Lyon. Era finalzinho de tarde e o vento estava mais gelado do que nunca. Ao chegar no ginásio onde fui encontrar a seleção brasileira de judô (motivo do meu trabalho lá), ouvi os seguranças comentando entre si: "Nossa, hoje não é lá um grande dia para correr!". Merci beaucoup.
Por fim, antes de embarcar na segunda de Carnaval, vesti as várias camadas de roupa para 40min pelo Parc de Bercy. Foram quatro voltas em piso misto (paralelepípedo, asfalto, terra, escadarias...). Era pouco antes de meio dia e vi outros quatro ou cinco corredores tão bem vestidos quanto eu.
Foi quando me dei conta que a Maratona de Paris é daqui a três meses. Sempre resmunguei calada o sofrimento que é treinar para uma maratona na orla escaldante do Rio de Janeiro. Cruel, muito cruel. Antes mesmo de embarcar, semana passada, tinha encarado 12km num sabadão de sol que me fizeram jurar nunca mais repetir a dose (claro, isso durou até hoje, quando corri 30min sob uma 'lua' de uma da tarde). A Maratona do Rio é em julho e, quem quer se dar bem, passa verão e outono na pista. Suando em bicas.
E os parisienese, coitados? Para enfrentar 42,195m em abril, o inverno é todo correndo. E, convenhamos, não dá para treinar para uma maratona em cima de uma esteira o tempo todo. Deve ser doído também. Mas é a aquela coisa... fortalece a mente!
A solução? Coragem, motivação, roupas adequadas, protetores labiais. Vale para sol ou para neve. Tal lá, qual cá.
Aí fico pensando nos meus amigos Bernardo Fonseca e Clayton Conservani, que saíram da Antártica para o Saara.
Acho que vou ficando por aqui mesmo...
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